Daniel Lima, Pedro Peduzzi,
Sabrina Craide e Yara Aquino
Repórteres da Agência Brasil
Brasília – O Programa de
Investimentos em Logística, lançado hoje (15) pelo governo, contemplará nove
trechos de rodovias e 12 de ferrovias. O governo pretende – ao conceder
rodovias à iniciativa privada e promover parcerias público-privadas (PPP) para
as ferrovias – criar condições para que o país restabeleça a capacidade de
planejamento do sistema de transportes, com integração de modais e articulação
com as cadeias produtivas.
Segundo o ministro dos
Transportes, Paulo Sérgio Passos, que detalhou o novo programa, tudo ficará a
cargo da estatal recém-criada Empresa de Planejamento e Logística (EPL).
A EPL terá o papel de trabalhar
pela ampliação dos investimentos públicos e privados em infraestrutura. À nova
empresa, estará vinculada a também recém-criada Empresa de Transporte Ferroviário
de Alta Velocidade (Etav) e será presidida por Bernardo Figueiredo. “Essa
empresa vai cuidar de todos aspectos relacionados ao TAV [trem de alta
velocidade] e ferrovias, ficando responsável pelo planejamento, pela visão
estratégica, pelos estudos a serem feitos em diversas regiões do país e por
apresentar os projetos necessários ao nosso desenvolvimento”, disse Passos.
“A criação dessa empresa é passo
fundamental para essa nova etapa, de forma a recuperar a capacidade de
investimento adequado [na logística do país] e reestruturar um sistema de
transporte mais eficiente. Começamos com rodovias e ferrovias, mas vamos
atender portos e aeroportos também”, disse a presidenta Dilma Rousseff, durante
o lançamento do novo programa.
Segundo o Passos, a previsão é
que sejam investidos R$ 42 bilhões em 7,5 mil quilômetros de rodovias. “Vamos
duplicar os principais eixos rodoviários do país, reestruturar o modelo de
investimento e exploração das ferrovias e expandir e aumentar a capacidade da
malha ferroviária”, disse o ministro.
Os trechos de rodovias a serem
concedidos estão localizados na BR-101, entre Porto Seguro e Salvador; na
BR-262, entre João Monlevade (MG) e Vitória (ES); na BR-153, que liga Goiás ao
Tocantins, trecho entre Anápolis (GO) e o entroncamento da TO-080, a 56
quilômetros de Palmas (TO); na BR-050, em Goiás, de Cristalina até pouco depois
de Catalão; na BR-163, tanto em Mato grosso como em um trecho de Mato Grosso do
Sul, estado que será beneficiado também com obras nas BR-267 e 262.
O Distrito Federal, Goiás e Minas
Gerais terão, ainda, concessões em trechos das BR-060, 153 e 262; e, em Minas
Gerais, a BR-116 será concedida no trecho que vai de Além Paraíba, na divisa
com o Rio de Janeiro, até Divisa Alegre, já chegando na Bahia. No Distrito
Federal, a BR-040 terá concedidos, à iniciativa privada, trechos da ligação
entre Brasília e Luziânia (GO) e, em Minas Gerais, entre Sete Lagoas e Juiz de
Fora.
Já as ferrovias – que têm
previsão de investimentos de R$ 91 bilhões via PPP, em 10 mil quilômetros da
malha – terão 12 frentes de parcerias com a iniciativa privada. Estão entre
elas os ramos norte e sul da Ferroanel, em São Paulo; o acesso ao Porto de
Santos, desde Riberão Pires, passando por Raiz da Serra e Cubatão. “A Ferroanel
é um grande problema que será resolvido”, garantiu o ministro dos Transportes.
“Em Mato Grosso, onde é grande a
produção de grãos, chegaremos até a região de Lucas do Rio Verde. Com isso, o
escoamento de mais de 37 milhões de toneladas de grãos será feito de forma mais
rápida. Certamente os produtores vão recorrer à ferrovia que estamos
construindo”, disse Passos. Caso se confirmem as expectativas do governo, essa
estrada chegará a Uruaçu e, depois, a Corinto e a Campos. Outro trecho fará uma
ramificação que ligará essa ferrovia aos portos de Vitória e do Rio de Janeiro.
Recife, onde chegará, via
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) a Ferrovia Transnordestina, será o
destino de outra estrada de ferro, que se estenderá até Belo Horizonte via
Salvador, passando por Aracaju e Maceió. “[Nesse caso] falamos de uma
configuração de uma grande malha ferroviária que tem lógica”, destacou Passos.
A Região Sul será beneficiada com
uma ferrovia que se estenderá do Porto de Rio Grande (RS) até São Paulo,
passando por Porto Alegre e Mafra (SC), de onde será feita uma ramificação até
Maracaju (MS).
“Teremos também um grande trecho
de alta capacidade, que fará um corredor na Região Norte, que é fundamental
para o transporte de grãos, minérios e para a produção siderúrgica”,
acrescentou o ministro, em referência ao trecho que ligará Açailândia (MA) ao
Porto de Vila do Conde, em Belém.
Edição: Lana Cristina